Jabá não é novidade: fala-se até que um empresário do setor recusava aumento para os jornalistas porque eles já tinham a carteira do jornal. A novidade é outra: é que o jabá agora é público e sai em matéria assinada.
Na cobertura da São Paulo Fashion Week, uma editora de moda disse abertamente que, quanto mais influente o jornalista, mais roupas ganha. Já os jornalistas comuns, sempre segundo o noticiário dos jornais, ganham os brindes mais baratos. Há os que lutam por uma taça de champanhe (nacional); há os que ficam felizes com cremes, toalhas e chocolates. Outra jornalista informa que, para ganhar uma roupa de grife, concordou em vesti-la para assistir ao desfile. Informou também que está aberta a outras propostas.
No New York Times é proibido receber qualquer presente. Em outros jornais, é proibido receber presentes valiosos. Questão de bom senso: uma garrafa de vinho pode, uma caixa de vinho Romanée-Conti não pode. Uma caixa de chocolate, OK; um anel de brilhantes, não. Uma caneta das boas, vá lá; uma caneta com tampa de platina, não dá.
O problema é a escalada: aquilo que há algum tempo se fazia escondido tornou-se aberto, e o jornalista que recebe presentes de uma marca, e que é patrocinado por ela, é quem faz a crítica de seus produtos. Vale debater esse tema: será inevitável que isso aconteça? Se os veículos de comunicação fazem a crítica de quem os patrocina, por que não os jornalistas? Por onde passará, hoje em dia, a fronteira entre a notícia e a publicidade?
Fora e dentro
A reportagem de Larry Rohter no New York Times sobre a obesidade no Brasil é a não-matéria: revela que no Brasil – como na Ucrânia, na Itália, nos Estados Unidos, em Israel, na Síria, na Inglaterra – há também mulheres gordas (e de meia-idade). As revelações sobre uma epidemia de obesidade foram copiadas de uma pesquisa do IBGE velha de alguns dias. E, para completar a bobajada, ainda por cima as fotos de mulheres brasileiras acima do peso eram de três turistas tchecas, identificadas pelo Globo.
Na reportagem havia informações novas e fundamentadas – só que as fundamentadas não eram novas e as novas não eram fundamentadas. Pelo jeito, o correspondente Larry Rohter está tentando se vingar da tentativa de expulsá-lo do Brasil. Seria interessante, se trocasse a raiva pelo talento.
Alguns veículos fazem o chamado PubliEditorial ou Publireportagem que nada mais é que uma matéria paga pelo anunciante , ou seja ou anuncia conosco ou "falamos maus " muitos recebem propina e fazem o chamado Jabá , que deve ser investigado com urgência .
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