O Fórum pela Conscientização da Violência Obstétrica foi organizado pela Procuradoria Especial da Mulher e aconteceu nesta quarta-feira, 20 de março, no Plenário da Câmara, pensado especialmente para mulheres, famílias e profissionais da área da saúde.
Com a presença de Jully de Oliveira Manduca, psicóloga perinatal e obstétrica e da parentalidade; Mariana Leite Figueiredo, formada em Ciências Sociais e mestre em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da idealizadora do espaço De Mãe para Mãe (Mama) e mestre em Ciências Biomédicas, Lilian Albregard Peripato; o tema foi abordado e debatido diante de diferentes perspectivas profissionais, com o objetivo principal de ensinar mulheres a como identificar tais abusos e alertar a respeito dos riscos envolvidos.
A procuradora Especial da Mulher, vereadora Mariana Calsa (PL), reforçou durante sua fala que “a função principal da Procuradoria Especial da Mulher é a proteção de direitos, e que a violência obstétrica é mais uma forma de violência, ainda não caracterizada e indefinida, mas que é preciso entender como identificá-la em um momento tão importante na vida da mulher”.
Camila Boldrin, doula e co-organizadora do evento, disse que as mulheres sofrem essa violência sem saber e quando descobrem precisam lidar com a frustração de terem vivenciado algo que não deveriam.
No início da palestra, a enfermeira obstetra Lilian Albregard Peripato compartilhou com os presentes no Plenário sobre sua experiência pessoal com a violência obstétrica e como isso a motivou a estudar a respeito do tema, para que com o seu trabalho pudesse mudar a realidade de outras mães.
A psicóloga perinatal Jully de Oliveira trouxe para debate a importância dos cuidados com a saúde mental das mulheres no período gestacional e puerpério; explicou que a gestação é um período de mudanças biopsicossociais. “Portanto, um momento de turbulência e vulnerabilidade na vida de uma mulher”, afirmou.
Mariana Leite Figueiredo é defensora pública e faz parte de uma rede de defesa e apoio para mães em vulnerabilidade social; ela revelou que em todo o seu tempo de trabalho atendeu apenas um caso de violência obstétrica consciente, pois as mulheres não possuem conhecimento a respeito do que vivenciam dentro do ambiente hospitalar. Os casos mais comuns que passam pela Defensoria Pública são casos de erro médico; Mariana informou que em 100% dessas situações houve violência obstétrica.
O Fórum foi aberto para participação popular e, durante sua realização, as mulheres presentes tiveram a oportunidade de tirar dúvidas e debater a respeito dos pontos abordados com as palestrantes. O evento foi transmitido ao vivo pelos canais oficiais de comunicação da Câmara e está disponível neste link para quem possa se interessar pelo tema.
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